30.9.04
Quando eu era moleque meu sonho era ser o Arnaldo Antunes. Meus chutes: Marcello devia sonhar em ser Neil Peart; Jamil, Jason Newsted; guga_bruno, Jimmy Page.
O Jamil era metaleiro mesmo. Encomendava fitas e camisetas por meio daquelas páginas de venda que vêm cheias de pequenas imagens quadradinhas, com um código esquisito embaixo. O pacote chegava com os últimos trabalhos de Testament, Megadeth, Kreator, Metallica, Sepultura, Slayer.
Uma vez gravei o "Brasil", do Ratos de Porão, lá na casa do Jamil. Nessa época eu treinava no time de futebol de salão do Tamoyo, em Cabo Frio. Era beque reserva do Elton. Antes de cada jogo do campeonato interno, eu vestia o uniforme verde e branco, colocava a fitinha do "Brasil" pra tocar, pulava e batia cabeça sozinho na sala, de porta fechada. Na hora de partir para o jogo, já estava aquecido. Abria a porta como se nada tivesse acontecido, pendurava o cordão-chaveiro vermelho no pescoço, caminhava devagar e chegava no clube quieto. Lá nos miolos: "Aids, pop, repressão/o que que eu fiz para merecer isso?".
O Jamil era metaleiro mesmo. Encomendava fitas e camisetas por meio daquelas páginas de venda que vêm cheias de pequenas imagens quadradinhas, com um código esquisito embaixo. O pacote chegava com os últimos trabalhos de Testament, Megadeth, Kreator, Metallica, Sepultura, Slayer.
Uma vez gravei o "Brasil", do Ratos de Porão, lá na casa do Jamil. Nessa época eu treinava no time de futebol de salão do Tamoyo, em Cabo Frio. Era beque reserva do Elton. Antes de cada jogo do campeonato interno, eu vestia o uniforme verde e branco, colocava a fitinha do "Brasil" pra tocar, pulava e batia cabeça sozinho na sala, de porta fechada. Na hora de partir para o jogo, já estava aquecido. Abria a porta como se nada tivesse acontecido, pendurava o cordão-chaveiro vermelho no pescoço, caminhava devagar e chegava no clube quieto. Lá nos miolos: "Aids, pop, repressão/o que que eu fiz para merecer isso?".